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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Fire! with Oren Ambarchi – In The Mouth A Hand [2012]


Eu sei que é superficial, mas eu tenho ficado com um pouco de inveja do Oren Ambarchi esses dias. 2012 foi, depois de tudo, o ano do Ambarchi, com seu álbum Audience of One. Adicione a turnê com o SUNN O))), ainda com outra gravação incrível com Haino e  O’Rourke, foram uns meses e tanto para o australiano! Depois disso tudo, lançou um álbum com os jazzistas livres suecos Fire! Apenas para esfregar essas coisas na minha cara. Bastardo talentoso sortudo.

Werliin brilha particularmente de forma brilhante, sua percussão uma mistura requintada de precisão matemática e impressionante resistência. Ambarchi faz sua transformação usual da guitarra, cada nota estendida e distorcida em um vago ozônio que aos poucos vai se aninhando aos olhos turvos sobre os padrões repetidos de Werliin e o estrondoso baixo do Berthling. Essa plataforma rígida provê ao Gustafsson uma plataforma ideal para brilhar, e seu sax dança e tremula sobre o groove de seus companheiros, alongando no ar como uma bailarina lunática. Alguém vai pensar no This Heat, principalmente Horizontal Hold, ou uma redenção bizarra de Poptones, do PiL, filtrada através da psicodelia instrumental  do Oneida ou do Serpentina Satelite. Eu me aproximei do In The Mouth A Hand esperando uma humorada brincadeira de jazz livre, mas esse é um álbum que destila muitas influências em algo além do jazz ou rock, e você tem a sensação de que é algo feito de forma natural e com um sorriso maroto estampado na face de todos envolvidos! Feroz e divertido, In The Mouth A Hand pode não entregar nenhuma surpresa real ( por toda sua estranheza, parece que é alguma extensão do trabalho recente do Ambarchi, em particular), mas mostra o melhor desses músicos talentosos e, mais importante, o conforto que eles interagem e tocam, o que é provavelmente o que alguém esperaria com grandes expectativas.


domingo, 29 de setembro de 2013

Sigur Rós- Ágætis byrjun [1999]

Em 1999 o Sigur Rós quebrou as portas que nem sabíamos que existiam, e na expansão vasta que é sua paisagem musical, essa é uma realização verdadeiramente revolucionária!

Por todo hipérbole jogado nesse álbum, ainda permanece indescritível. Parece de outro mundo, um contato imediato com sons ainda desconhecidos, enquanto configura como bonito e natural. Representa qualidade, que nenhuma outra banda ainda conseguiu duplicar, de nenhuma maneira , e é impossível pensar que algum dia alguém conseguirá. Depois de tudo, Ágætis byrjun se encaixa mais ao lugar que originalmente pertenceu, ajudando muito a definir uma década de música, e inspirar a todos que verdadeiramente abraçaram isso!

sábado, 28 de setembro de 2013

Crash of Rhinos- Distal [2011]

Crash of Rhinos toma todas as implicações do nome da banda e as aglomera, elaborando uma versão emocionante que pode muito bem ser um dos melhores álbuns emo dos anos 10.

“WOOO YEAH” gritam os iniciantes de Derby em sua estreia enquanto o baterista apressadamente tenta manter as coisas, apenas para desistir logo depois quando a banda canta “FUCKING HELL!”, voltando mais pesados e com mais intensidade. Espontaneidade forçada ou grandiosidade genuína? O lado cético de mim implora para dizer que é coisa de iniciante, mas ouvir a euforia pura e a imprudência na abertura rapidamente me desloca para explicações mais profundas.

Apesar do fato de pegar a maioria de suas sugestões do hardcore emocional, esses garotos não estão definindo ser depressivos; isso é um material rude de erguer os pulsos, ao mesmo tempo urgente e edificante. A ligação mais óbvia é com o Cap’n Jazz e seu marcante emo jovem, mas eles esticam suas canções além dos breves e energéticos socos da lenda anteriormente mencionada e criam épicos estruturados infundidos com acordes dinâmicos, bateria ornamentada e vocal em coro lançados. Há sempre uma energia palpável que dirige a faixa para frente, e mesmo quando eles excedem a marca de 6 minutos não é tempo perdido, fazendo os acidentes de pratos inevitáveis mais poderosos! Eles também sabem exatamente a hora de cair para deslumbrantes interlúdios no estilo do American Football; você pensaria que eles são profissionais na cena com magistral composição. Apesar de toda essa ambição, eles nunca perdem a imagem de um bando de garotos bagunçando na garagem, criando esporadicamente música espiritual que atua como um chamado.

É essa juventude e honestidade que empurra o Distal de ser “só mais um álbum emo” para algo mais extraordinário, algo vital! Não é pelas letras, todavia; eles cobrem os temas certos, cantando sobre ficar deprimido e corações partidos, mas o maior sentimento que eles expressam é, bem, o sentimento de estar numa banda. Há quase um sentido atrevido de autoconsciência de como é bom gritar tudo para fora, de puxar o arpejo da guitarra até o limite, despejar aquele preenchido tambor estrondoso que fará as crianças no bate cabeça ficarem selvagens. Muitos atos emo visam curar o ouvinte através de uma transferência- o lançamento passional do vocalista pretendendo trazer alguma forma de catarse ao ouvinte. Esses manos sabem esse jogo, mas vão para uma corrida ainda maior; escapismo. Esse sentimento é tão poderoso que passa a depressão e o coração partido, onde eles capturam o som suando adrenalina (só posso imaginar o quão lindo deve ser um show desses caras), fazendo Distal uma afirmação de alegria de criar música e compartilhar com o mundo.

Por todo prazer que eu acumulei nesse lançamento, a ingenuidade cativante que repousa sobre a brilhante composição aponta para potencial refinamento e maturidade. Embora talvez eles ainda não saibam disso, esses malditos não sabem quão bons são; e por isso tem futuro!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Ornette Coleman- Free Jazz [1961]

Uma vez que a peça começa a sério, certas características começam a se manifestar. Dentre destas, está  a experiência de Coleman tocando blues. Ele satura seu jogo e está presente em toda parte. O potencial do hard bop do Hubard se revela. De um ponto de vista conjunto há uma migração através da evolução, onde os elementos oscilantes podem ser ouvidos em fraseados recém-despertados e alguns riffs naturais da orquestra tipo Count Basie emergem naturalmente entre as sirenes. O que também é revelado é o senso de humor natural dos músicos, ouvido nas cotações de rimas e outras peças de jazz. Pra confirmar, essa música é insignificante no vácuo!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Swans- The Seer [2012]

Swans desencadeiam um novo tipo de inferno na Terra: uma besta febril pós-apocalíptica que levou trinta anos para ficar pronta!

Para aqueles de nós que consomem música que nem água, não há muita coisa que pode genuinamente aparecer como surpresa. É por isso que quando alguma coisa totalmente estranha e ingenuamente original surge, causa celebração! O décimo segundo álbum de estúdio do Swans, The Seer, é parente de um pesadelo que você simplesmente não consegue se livrar; agita para o núcleo e mesmo que você pense estar sonhando, você não consegue voltar atrás. Consome todos os palmos de profundidade em dois discos e duas horas de trevas; laboriosas estruturas drone com viradas imprevisíveis que empresta a sensação de estranheza de Alice quando foi para a porta errada. Em outras palavras, não há alguma parte de The Seer que você vai prever. Novos ouvintes ficarão surpreendidos com seu âmbito massivo e passagens horrivelmente repetidas que, para ser franco, são para avançados. No entanto, para os fãs já experientes de Swans, é o que estávamos esperando: uma obra-prima significando tudo que a banda tem sido e tudo o que provavelmente será.

De acordo com Michael Gira, líder do Swans, The Seer levou trinta anos para ser criado. Ele afirmou, “É a culminação de todo álbum prévio do Swans assim como qualquer outra música que eu criei, estive envolvido, ou imaginei”. Para aqueles que não seguem a carreira da banda, eles lançaram seu primeiro álbum em 1983, entraram em um longo hiatus em 1997 que demorou treze anos, retornaram para a cena com o criticamente aclamado My Father Will Guide Me Up a Rope to the Sky em 2010, e agora se encontram derramando seu décimo segundo álbum em seus vinte e nove anos de carreira. Há muita influência pesando sobre o álbum, mas o Swans consegue tirá-la brilhantemente! The Seer é um álbum tão massivo quanto Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven, do Godspeed You! Black Emperor, mas é decididamente menos estruturado. Ao invés da construção de repetitivos clímaces, The Seer opta por mudanças de tempo rápidas e repentinas. Esse tipo de fenômeno ocorre dentro das faixas individuais, então não há exatamente nenhum quarto para sentir-se confortável. A desesperança que prima o ar do álbum apenas para adicionar a sensação de agitação e desarmonia, especialmente dentro da primeira metade mais chocante do álbum.

Falando de metades, há uma personalidade distinta para cada uma compondo o The Seer. A primeira convoca imagens de um arrebatamento. Estrelando um ritmo contagiante que é dirigido por backing vocals assombrados e uma batida industrial pesada, tudo estope em uma das coisas sonoras mais assustadoras que você vai testemunhar!

Quando a poeira se estabelecer, não resta nenhuma escolha ao ouvinte, exceto ser afetado. Mesmo se não há algum tipo de inspiração espiritual, é provável que a imensidão do álbum te engula por inteiro. Há muito que entender sobre The Seer- dos mínimos detalhes aos clímaces grandiosos- que não poderiam ser apreendidos depois de algumas poucas ouvidas. O esforço mais recente do Swans é absoluto em ideias (o melhor que são ideias aplicadas), contendo desde pós-rock ao rock alternativo, ambiente obscuro, stoner rock, metal industrial, e música drone. Depois de tanto tempo, só faz sentido as bandas começarem a ir mais devagar- mesmo até começar a reusar um pouco do seu material mais antigo numa tentativa de criar coisas que envolvam todo seu trabalho. O Swans conseguiu criar aquele álbum em grande escala compreensível, sem tropeçar nas armadilhas de confiar profundamente no seu passado. The Seer é exatamente tudo o que poderíamos ter esperança- é o Swans, permanecendo orgulhosos e descarados no auge do seu jogo após quase trinta anos. Não fique surpreso se todas as outras coisas caírem timidamente sob a sombra do Swans a partir de 2012!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Queimando pontes com American Memories

Não se engane com a foto acima, embora represente realmente o espírito "faça você mesmo", trazendo nas costas a ética provavelmente mais importante do punk rock, o American Memories não canta sobre bebedeiras fodidas ou atritos na rua (pelo menos não por enquanto).

O vazio e sua tristeza proveniente é o que embala as temáticas da banda. Letras depressivas  sobre lares despedaçados, estar sozinho, dão o tom. Esse lado muito pouco glamouroso da vida, que nos faz ficar à espreita e torcer por um futuro hipotético menos dolorido.

AS influências ficam evidentes desde as primeiras notas de Free Big D, do EP deles lançado ano passado (disponível para download gratuito no bandcamp abaixo). As famosas dedilhadas na guitarra, tão recorrentes no que se convencionou chamar de midwest emo, contrastam com um vocal que, embora melódico, é gritado a plenas gargantas.

No fim, a sensação é de que o American Memories lida com fantasmas. Memórias como fantasmas, fantasmas da tradição imputada de uma juventude dolorosa. Mas nem tudo está perdido, afinal, como na entrevista abaixo, há uísque e Breaking Bad.

Para acessar o bandcamp da banda, clique aqui: American Memories
Para acessar o facebook oficial da banda, clique aqui: American Memoires Facebook

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Vocês estudam ou algo do tipo? E isso tem algum impacto na sua música?

Rich: Bem, nós não realmente estudamos; ambos não vamos à faculdade e acho que você poderia dizer que ambos estudamos cinema que é outra área em que estamos interessados. Para mim, estudar filme impacta na minha música, mais no passado do que no presente. Eu costumava escrever muitas canções baseadas em emoções de filmes ou emoções que eu sentia quando os atravessava, mas hoje em dia eu meio que escrevo as canções baseadas no que experimentei ou como eu reagiria em situações hipotéticas.

Trey: Não, eu não estudo, se eu tivesse que dizer algo seria as pessoas, eu estudo as reações das pessoas em certas situações onde coisas acontecem. Eu sempre tive um pouco de interesse em psicologia, não um grande interesse, só me fascina ver como as pessoas agem e pensam. Eu também estudo outros músicos em outros shows, eu acho que assisto intensamente. Enquanto as pessoas estão correndo por aí e moshando e se divertindo, eu fico no canto observando os músicos e tentando descobrir como eles fazem certas coisas, e quais equipamentos eles usam.

O que vocês fazem para sobreviver na sua cidade?

Rich: Eu trabalho no cinema local e às vezes filmo vídeos pequenos para negócios ou casamentos.

Trey: Eu trabalho em uma loja de comida saudável numa cidade próxima, e também faço alguns trabalhos de fotografias/vídeos paralelamente.

Eu sou do Brasil e encontrei sua música na internet. É claro, isso seria impossível se estivéssemos na Era pré internet. Quais são as coisas boas do Bandcamp e todo o negócio de download? Que bandas vocês encontram recentemente por causa disso?

Rich: Eu acho o bandcamp e todo o negócio de downloads de graça na internet fantásticos, isso realmente ajuda e bandas novatas ficam mais fáceis de serem encontradas. Especialmente o bandcamp cujo qual sou um grande apoiador por causa de suas tags, eu sempre estou encontrando bandas lá que depois me apaixono, eu meio que tenho uma rotina semanal de pesquisar as tags:  screamo, emo e post-rock. Recentemente encontrei Sadie Hawkins, Running Shoes, e Flowers Taped to Pens (com quem nós vamos gravar um split muito em breve).

Trey: Eu amo demais o bandcamp, e eu amo música grátis. Metade do meu ipod está cheio de música que baixei do bandcamp, o Jovem Rich disse praticamente tudo que eu teria dito. Algumas bandas que encontrei recentemente são Pet symmetry, Greyscale, Marseille, Troubled Minds.

O EP de vocês do ano passado é tão poderoso e frenético. A produção crua, grandes letras pessoais e gritos poderosos com certeza marcam o ouvinte. Como foi o processo de gravação?

Rich: Primeiramente, obrigado pelas palavras elogiosas, eu acho que vou começar do inicio. Um longo tempo atrás Trey e eu iniciamos uma banda chamada South End Projects. Nós estávamos com muito tédio então escrevíamos e gravávamos em loco. Então ele se mudou para Seatle e eu permaneci na California, mas nós sempre planejamos começar uma banda quando ele voltasse, então quando ele voltou nós iniciamos o American Memories e eventualmente nosso amigo Mark se juntou para tocar baixo e fazer alguns vocais e foi mais ou menos assim que começamos. Para mim, que toco guitarra e escrevo as letras, criar as composições foi difícil, quero dizer, as letras são todas secretas em alguns pontos, mas no final elas revelam como eu me sentia no momento, eu penso nas canções desse EP quase como um jornal de 2012 para mim, muitas vezes escrevi músicas no trabalho quando atravessava o ponto mais baixo da minha vida, outras vezes escrevi pensando muito introspectivamente na minha vida e as coisas que eu relembrava e como me sentia em relação à elas. Empty Houses e Bridges são as maiores para mim pessoalmente. As letras saíram muito mais pessoais no álbum do que eu desejaria escrever.

Trey: Basicamente o Rich escreve todas as letras, eu sou um saco para escrever letras, quando escrevo algo normalmente acabo jogando fora. Então eu me foco mais no instrumental e na bateria. O EP que lançamos ano passado foi uma experiência incrível, trabalhar com Rich e gravar é tipo a coisa mais divertida de todas. Eu amo gravar. Eu gravei todo nosso EP e também todo o pequeno EP Past Mistakes. Eu tenho gravado e trabalhado com engenharia de som desde os 16 anos, eu trabalhava em um estúdio em Seattle chamado Mirror sound Studios, Washignton, foi onde eu aprendi principalmente como gravar. Tudo que gravávamos normalmente fica na primeira tomada, raramente voltamos atrás e consertamos. Nós queremos que seja tão cru e real quanto possível. Nós queremos fazer soar quase tão perto quanto soa quando estamos ao vivo. Nós podemos escorregar aqui ou ali, mas é isso mesmo. Eu tenho um grando problema inconsciente com bandas que são polidas nos álbuns, e quando tocam não soam nada como nas gravações.

Vocês se apresentam com alguma frequência? Nesse exato momento, qual o melhor lugar dos EUA para se estar com uma banda independente?

Rich: Eu queria me apresentar mais, tristemente as bandas na nossa área fazem parte da cena que copiam o Killers, country, ou metalcore, então é muito difícil fazer apresentações. Há algumas cidades de distância há uma cena punk mais movimentada então nós estamos tentando entrar em contato com ela. Mas eu acho que para uma banda com nosso estilo, a Filadélfia é o local para estar, isso ou o Reino Unido. Muito talento e bandas fantásticas que eu amo são dessas áreas e parecem que estão indo muito bem e que há uma cena que aceitou e se adaptou a esse tipo de música.

Trey: Nós não nos apresentamos em merda nenhuma. Não por falta de tentativas, assim como o Rich disse, ou você tem uma merda de banda de reggae, banda de country, uma cópia do The killers.Nossa área, Costa Central, está tão morta, que só podemos tocar em bares, ou locais que te cobram pra tocar.Eu diria que Los Angeles é o melhor lugar para música, mas não é, ao menos que você seja o Bieber ou o estúpido skrillex. A maior parte das bandas que nós ouvimos e o estilo que tocamos se encontra na Costa Leste, e no Reino Unido está a nata da cena? É o que me falaram.

O que vocês têm ouvido ultimamente?

Rich: Bomb the Music Industry, The Whoopass GIrls, Flowers Taped to Pens, e Head .

Trey: Into it, Over it, Brave bird, This Town Needs guns, The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die, I Kill Giants.

Quais são suas maiores influências?
Rich: As minhas são Bruce Springsteen, Old Gray, Taking Back Sunday, Dads, Into It. Over It., e Dad Punchers.

Trey: Há muita coisa pra listar, mas eu diria que primeiramente meus pais e minha avó, eles sempre apoiaram que eu tocasse música. No tocante à bateria, John bradley do Dads, o baterista original do  "Norma jean" Daniel Davison e uma bagunça completa de bateristas, e musicalmente eu diria The Beatles, Bruce Springsteen, Daft punk, Snowing, johnny Cash, Norma Jean, At The Gates, Mewithoutyou, The Misfits.

Se vocês pudessem escolher qualquer música para fazer um cover (por aspectos afetivos), qual seria?

Rich: Provavelmente canções populares, eu costumava tocá-las muito e é muito divertido.

Trey: Eu diria que qualquer canção popular, ou hit das rádios dos anos 90, eu sou uma criança dos anos 90 então eu amo música de baixa qualidade dos anos 90. Talvez um cover punk de uma canção do Roy Orbison, ou cover de uma canção de um gangsta rapper batendo em alguém?

As letras como as de Bridges são muito tristes. A tristeza é a força matiz para criá-las?

Rich: Eu creio que sim, especialmente com Bridges. Eu acho que devo começar dizendo que as letras em todo EP (excluindo Free Big D porque Mark escreveu a letra) são todas sobre tentar seguir em frente com sua vida. Mas com Bridges especialmente. Eu acho que se pode dizer que a canção é mais ou menos o que eu sinto sobre o lugar que eu cresci, há muitos velhos amigos que eu me sinto alienado por não vê-los mais, e quando nos vemos é sempre muito embaraçoso por nós todos nos tornamos pessoas diferentes, metade isso e metade sobre como é difícil encontrar alguém no sentido romântico; especialmente as poucas mulheres por quem eu tive algum sentimento são realmente grandes amigas e nada, além disso, daria certo, então é essa a parte onde “morrer aqui, morrer sozinho aqui” se encaixa. A segunda canção pessoal baseada em tristeza completa é “Empty Houses”, porque essa canção diz muito sobre a relação com meus pais e como isso me afetou, e como seguir em frente com a minha vida quando todos já tinham feito isso.

Qual é a sua canção favorita da sua própria banda?

Rich: Merda, essa é difícil, eu realmente amo tocar nossas novas canções; especialmente “Our Past, My Life”, mas eu acho que minha favorita absoluta é “Empty Houses” que é a porra de uma explosão quando tocada e toda vez que a gente toca, as letras significam muito mais para mim. É realmente uma canção muito pessoal sobre meus amigos, meus pais e meu futuro.

Trey: “"Driving all night"”, porque Rich odeia tocar essa. “Empty Houses” também é foda.

Digam qualquer coisa, é a última questão. Façam piadas, salvem o mundo, etc. Realmente agradecido.

Rich: Lana Del Rey está com tudo, Breakin Bad está acabando em breve então isso é um saco, mas é incrível. Vinho e cerveja são bons, mas o rei de tudo é do Uisque. Ser triste não é apenas uma mania tumblr e apoiem sua cena local.

Trey: Emo é uma família, garotas são um saco, no entanto me arrumem uma namorada. Coma quanto queijo puder; bata nos atletas da escola; fiquem espertos para algum possível LP do American Memories, e também há um split que virá em breve com outras bandas. Também urinem nas calças, todas as crianças legais fazem isso.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

The World is a Beautiful Place...- Whenever, If Ever [2013]

The World is a Beautiful Place & I am No Longer Afraid To Die conseguiu estar no top 5 reinando o escalão GOAT/Twinkle Daddy/post-rock com apenas alguns EPs sob seu cinto, e eles estavam certamente destinados ao desastre com sua tão aguardada estreia. A maioria das bandas na cena já teria acabado, ou pelo menos caído em qualidade, mas a galera do The World is a Beautiful Place And[…] conseguiu manter vivo o sonho e não se separar antes de lançar as canções que se tornaram  Whenever, If Ever, e é uma coisa muito feliz porque esse álbum é tão bom, se não melhor que o resto do corpo de trabalho da banda.

Whenever, IF Ever reafirma a conduta pós-rock da banda, mas não no caminho da música com seus tradicionais dez minutos. Eles ainda adoram todo o poderoso acúmulo, mas numa sopa instantânea mais misturada e palatável. Whenever, If Ever é tão suave em seus 35 minutos e o TWIABP nunca desperdiça um momento enquanto as canções crescem e caem, fluindo como uma grande peça, fazendo do álbum de estúdio uma grande experiência!

Se você aprecia a mistura de twinkly emo misturado com pós rock, esse álbum vai mudar seus sentimentos sobre essa banda, ou a cena como um todo. Whenever, If Ever simplesmente serve como uma das melhores peças musicais do gênero, e também para reafirmar o TWIABP como profetas do pós rock, ou pais do twinkly, ou seja lá como você queira chamar esses gênios da música emotiva.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Peter Brötzmann’s Chicago Tentet- Walk, Love, Sleep (2012)

Na verdade, isso é a tempestade perfeita, tudo isso situando entre formações maiores e menores. Quando Zerang e Nilssen-Love começam com um dueto do inferno na bateria e quase todo o grupo se junta, forma um dos momentos mais gloriosos que se pode ter. Depois de 15 minutos, todo o grupo se divide em quintetos, quartetos e trios, Peter Brotzmann tranquilamente fica de lado, como se um deus estranho contemplasse o que criou. Dá pra perceber ao longo de todo certame que a banda tem uma experiência divina!

domingo, 22 de setembro de 2013

Godspeed You Black Emperor!- Lift Yr. Skinny Fists Like Antennas to Heaven! [2000]

A verdade é que uma pretensão assustadora dirige esse álbum para constantes aumentos de ápices. Essa é uma criação artística que à primeira ouvida com certeza soará confusa graças à sua fragmentação, aparentemente sendo incoerente (e por quê queremos coerência mesmo ?!); ainda assim ao observar todos os fragmentos de vidro desse mosaico descomposto, você vai encontrar pequenos pedaços de si mesmo. É um espelho que reflete beleza e pureza, até mesmo raiva e tristeza, ou talvez até mediocridade; esta é a qualidade desse álbum! Pode soar, com o risco de ser redundante, pretensioso, mas frequentemente o pós rock é um espelho do mundo e um companheiro para as pessoas que andam nele; e aqueles que caminham na companhia desse álbum deveriam definitivamente não se encontrar depressivos. Porque sua dissipação promove essa excelente gravação; um clássico óbvio para qualquer um introduzido no gênero ou qualquer um que caminha nesse mundo.

sábado, 21 de setembro de 2013

Penfold- Amateurs and Professionals [1998]

“... E pela primeira vez na minha vida eu quero chorar e sorrir ao mesmo tempo.”

A tristeza é um dos sentimentos mais fáceis de retratar através da música. Um tom menor, um tempo lento e uma melodia vocal triste e pronto! Mas fazer isso convincentemente e bem é outra história. Enquanto nunca se atrevendo a quebrar as paredes do emo/indie, Amateurs and Professionals constantemente gera uma atmosfera solene bonita e emocionalmente grande, e embora eles talvez não estivessem seguindo os passos de seus contrapartidos, eles têm a certeza de cimentar seu próprio sabor ao longo do caminho.

Seu “sabor” é um dos que tremulam entre melodias doces de guitarra e seções ásperas e nervosas, mas sempre carregadas pela voz. É compreensível como algumas pessoas acham o timbre do vocalista repetitivo, às vezes até um pouco choroso, no entanto eu já ouvi gente falando isso do Jeremy Enigk. As melodias vocais são a força matiz real por trás das canções para a maioria- a outra instrumentação meramente provendo um plano de fundo para o vocal que às vezes aparenta ser difusamente fora do timbre, mas para um efeito positivo! A produção limpa e fresca permite que a instrumentação típica “indie” venha à vida até nas seções musicais mais simples.

Com os guitarristas providenciando uma tela de arpejos delicados enquanto o vocalista pinta a faixa com suas melodias sombrias. Comparações com as artes não são inadequadas na verdade; o quão subjetivo o termo “arte” possa ser, a maioria concorda quanto à arte ser expressão.

Não apenas eles trabalham sua mágica empatia em uma velocidade baixa, eles também são capazes de empacotar uma energia nervosa e habilidade musical em suas canções para sentimentos acrescentados. Não é incomum para uma música perder um pouco de sua emoção quando a banda está claramente se escondendo atrás de simples mudanças de dinâmica e uma parede de distorção, no entanto o Penfold usa seu senso de alta instrumentação com moderação, para um bom efeito!

Isso não será a gravação mais original que você vai ouvir, e nem será a que mais cortará seu coração, mas é um lançamento inspirado com sentimento e humor. Como o título do EP sugere, algumas partes são amadoras, outras profissionais. Mas o Penfold é certamente um porta-bandeira itinerante da tristeza. Amateurs and Professionals é um álbum que coincidirá perfeitamente com um dia chuvoso.