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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Discos favoritos de 2017

Propagandhi - Victory Lap

O Propagandhi não tem um disco fraco em toda a carreira e VIctory Lap é o ponto em que as letras ultra politizadas e também especulativas encontram a conversão entre punk rock e thrash metal.






9T Antiope – Isthmus

O minimalismo do disco leva a uma desolação sem igual.







Harris Eisenstadt – Recent Developments

A empolgação do baterista canadense constrói uma atmosfera afetiva que afasta qualquer necessidade cronológica ou narrativa.







Nicole Mitchell – Mandorla Awakening II: Emerging Worlds

A flautista Nicole Mitchell é uma das compositoras de jazz mais estimadas atualmente, esta é sua obra-prima.





GOD PUSSY – “DEGENERATE LANDSCAPE”

“Como a resistência é possível num mundo invertido” parece-me uma frase que combina muito quando ouço os trabalhos do God Pussy. É claro que o músico não quer resolver nada, mas ampliar a percepção desse monstro escondido por todos os métodos de esquecimentos contemporâneos. Pior, ou melhor, subtrai as formas de encobrimento pra evidenciar um rosto em carne viva, que não cessa de sangrar.



David Phillips- Rise

A paranoia de hiper-realidade entra num loop assim que se coloca para tocar o disco de um dos músicos mais radicais hoje em dia.






Steve Coleman- Morphogenesis

A hibridez musical tradicional de Coleman atinge seu ponto mais sensível e mostra um músico que respeita suas raízes enquanto investiga alternativas improváveis.





Vitor Brauer- Anjo Azul

Pra criação de um universo musical próprio, é necessário que o artista tenha um autoconhecimento de suas limitações e saiba como manuseá-las em prol de um repertório com valor sempre diferente. Essa mudança constante de valores talvez seja o tema central de “O Anjo Azul”.




Jaimie Branch – Fly Or Die

Estreia da trompetista enquanto líder de banda. Tanta coisa acontece neste disco que parece que tem muito, muito mais do que apenas 36 minutos. Cada um preenchido com extrema criatividade.






XIMBRA – A MALDIÇÃO DESTA CIDADE CAIRÁ SOBRE NÓS

O contraste árduo entre idealizações juvenis e a realidade crua é apresentado durante todo o disco. Em vez de simplesmente engolir essas maldades, a banda reconhece a opressão do mundo e ainda assim realiza uma expressão genuína de enfrentamento.



Irreversible Entanglements - Irreversible Entanglements

Free Jaz que é uma resposta direta às turbulências raciais e sociais dos EUA.







BOREGAS/MIAZZO – BOREGAS/MIAZZO

Talvez por uma dualidade marcante enquanto unidade (afinal, pode ser chamado ou de álbum ou de split) que “Boregas/Miazzo” me fez retornar tantas vezes ao disco e sentir estéticas claramente divergentes sendo emitidas uma seguida da outra.




Kendrick Lamar -DAMN.

Os questionamentos introspectivos de TPAB são examinados microscopicamente nesta jornada que eu demorei muito tempo para gostar. Ainda bem que não desisti.






Cama Rosa -Gato/Angular

Talvez por eu ter uma queda declarada por no wave e ser fã, basicamente, de todo o movimento de Nova Iorque do começo dos anos 1980 que “Gato/Angular” soou pra mim, mais ou menos, como a redescoberta inovadora de um tipo de sonoridade.




Vijay Iyer Sextet- "Far From Over"

A obra-prima que Iyer vinha esboçando há anos: entre composições e improvisações, o próprio ato da contemplação é confundido com o sensorialismo da cidade.





IMPOLUTO – LILIUM

Impoluto é uma dupla de Curitiba que, imediatamente, impõe uma massa densa ao ouvinte e repetições que perseguem a memória mesmo depois do disco ter acabado. Claro, o nome do duo contrasta com o que se ouve em primeiro plano, mas o que mais me chamou a atenção em “Lilium” (o segundo lançamento, que chega sete anos após “Impoluto”, de 2010) foi a forma que todo o ritualismo velado ganha dimensão, surgindo de outras delimitações sonoras.

Yazz Ahmed - La Saboteuse

Grande mistura de música árabe e jazz.








Tyshawn Sorey- 'Verisimilitude'

Uma visão fragmentada do que o jazz pode ser.






SISTEMA | OUTRO – AUTOMEMETERONIMONOMANO

Tentar catalogar toda a influência por trás do disco seria tolo, mas a primeira banda que veio à minha mente foi o Magma. As letra divertidas e caóticas encontram respaldo nos instrumentos tocados de maneira incomum e inusitada.





JD ALLEN - RADIO FLYER

Grande álbum de post-bop que lembra os maiores nomes do gênero.







OZU – THE DOWNBEAT SESSIONS VOL. 1 EP

“The Downbeat Sessions Vol. 1” incorpora a longa tradição da música eletrônica que teve seu principal expoente, claro, no Portishead e em toda cena inglesa nos anos 1990.






Rhucle / Mike Nigro - Flavor Of Water

Com certeza o disco mais subestimado do ano. Uma longa jornada de música eletrônica de enfrentamento e silêncio.






Dead Neanderthals - The Depths

Não só a visceral apresentação dos músicos é o que surpreende, mas também a própria produção do disco é forçada de diferentes maneiras ao longo do álbum.






Dálava - The Book of Transfigurations

Canções folclóricas interpretadas num nível muito intimista.







VITOR COLARES – FOTOGRAFIA DE RACHADURA

Vitor Colares diz sobre a dificuldade de esquecer alguém e a necessidade de fugir e esquecer, embora ele com certeza saiba que compor é imortalizar o efêmero, dar voz a um trânsito.






Linda May Han Oh - Walk Against Wind

Não sei o que é melhor neste disco: se a composição de Linda, se o improviso ou se a técnica.






I BURIED PAUL – NEPANTLA

A crescente insegurança que o I Buried Paul significa através do nome do disco é ressoada nas distorções arrastadas que naufragam o ouvinte em uma instabilidade perpétua na qual o transe e a hipnose do músico tomam nossa subjetividade.





Ellen Arkbro - For Organ and Brass

As mínimas frequências rearranjam constantemente as demonstrações sensoriais impostas pela música.






Stephan Crump, Ingrid Laubrock and Cory Smythe - Planktonic Finales

Três formações musicais diferentes criam uma interação que destoa a cada instante de tudo o que foi construído até então.






A-tros - Arcabouço

(Eu sempre fiquei muito intrigado sobre como certos artistas decidem abordar um passado nebuloso como a ditadura militar. Claro, não há fórmulas e dá pra fazer de todos os jeitos possíveis. Contudo, eu confesso que sinto um atrito maior em trabalhos como “Arcabouço”, que parece conter uma narrativa borrada e esquizofrênica sobre o sofrimento objetivo que foram aqueles anos)

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